Diversos

Violência escolar mais do que triplica em 10 anos

O número de casos de violência no ambiente escolar mais do que triplicou em 10 anos, atingindo o ápice em 2023, mostra uma análise de dados nacionais da Fapesp, divulgada nesta segunda-feira (14).

Naquele ano, segundo o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), 13,1 mil pacientes foram atendidos em serviços públicos e privados de saúde, após se automutilarem, tentarem suicídio ou sofrerem ataques psicológicos e físicos no contexto educacional. Em 2013, houve 3,7 mil episódios.

Metade dos casos notificados foi de agressão física. Em seguida, aparecem os de violência psicológica/moral (23,8%) e sexual (23,1%). Em 35,9% das situações, o agressor era um amigo ou conhecido da vítima.

O Ministério da Educação (MEC) classifica quatro categorias principais de violência que afetam a comunidade escolar:

agressões extremas, com ataques premeditados e letais, como a tragédia em uma creche de Blumenau em 2023, quando quatro crianças morreram;

violência interpessoal, com hostilidades e discriminação entre alunos e professores;

bullying, quando ocorrem intimidações físicas, verbais ou psicológicas repetitivas;

episódios no entorno, como tráfico de drogas, tiroteio e roubos/furtos.

desvalorização dos professores no imaginário coletivo;

relativização de discursos de ódio, como se fossem menos prejudiciais do que realmente são;

precarização da infraestrutura das escolas;

agressões sofridas ou vistas pelos alunos no ambiente doméstico;

falhas nas ações de mediação de conflito;

despreparo das secretarias estaduais de educação para lidar com casos de misoginia e racismo.

Parte da elevação de casos também pode ser explicada pelas melhorias nos processos de registros dos hospitais e pelo crescimento das “comunidades mórbidas virtuais” (grupos on-line que se estruturam com base em ideias destrutivas).

Especialistas ouvidos pela Fapesp listam alternativas:

políticas contínuas, intersetoriais e integradas;

parcerias com os setores de saúde, de justiça e de assistência social;

transformação estrutural da cultura escolar (em vez de projetos isolados);

gestão escolar com representatividade racial e feminina;

acionamento dos conselhos tutelares em casos graves (prática incomum em escolas particulares).

Fonte: G1

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?