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Tragédia no Sul interrompe ciclo de alta do lucro das seguradoras

As perdas com pagamentos de indenizações com a tragédia no Rio Grande do Sul interromperam a alta do lucro das seguradoras observada há anos. No passado recente, apenas a pandemia e a marcação a mercado de títulos mobiliários tinham impactado o ganho das companhias de seguros. De janeiro a maio deste ano, o ganho informado à Superintendência de Seguros Privados (Susep) foi de R$ 11,3 bilhões, ligeiramente inferior aos R$ 11,4 bilhões do mesmo período do ano anterior.

Apesar da sutileza do recuo nos cinco primeiros meses deste ano, de apenas 0,7%, ele estanca um aumento que vinha na casa dos dois dígitos há tempos, conforme estudo da Siscorp. Com a Covid-19, o setor registrou baixa no lucro líquido por dois anos.

Em 2019, o lucro foi de R$ 17,9 bilhões. Em 2020, R$ 14,4 bilhões.

Em 2021, R$ 8,3 bilhões, tendo como pano de fundo a Covid-19, que gerou indenizações acima de R$ 7 bilhões.

Em 2022, o lucro avançou 118%, para R$ 18,1 bilhões. Além de comparado a uma base sofrida, foi impulsionado pelos ganhos operacionais com a digitalização, incrementada pelas seguradoras aos tempos de homeoffice, e a alta dos juros.

Em 2023, o lucro líquido avançou 65,7%, para R$ 29,9 bilhões.

A arrecadação do setor de seguros no Brasil de 2019 a 2023 foi marcada por um crescimento constante: 2019, R$ 270 bilhões; 2020, R$ 306 bilhões; 2021, R$ 357 bilhões; 2022, R$ 356 bilhões; e 2023, R$ 388 bilhões, sem considerar o segmento de saúde.

A queda do lucro em 2024 deverá ser mais evidente nos meses de junho e julho, quando se espera o anúncio de um volume maior de indenizações pagas aos clientes com perdas no Sul.

De acordo com a CNseg, confederação das seguradoras, a expectativa de indenizações solicitadas pelos segurados com as perdas no Rio Grande do Sul é de R$ 3,88 bilhões considerando-se 48,8 mil pedidos, segundo dados divulgados no relatório até o dia 18 de junho. Esse valor significa apenas os “sinistros avisados”. Depois da regulação das perdas pelos reguladores de sinistros próprios ou contratados pelas seguradoras, o número pode avançar ou recuar.

A expectativa da CNseg é de avanço deste valor, com a chegada de novos avisos no decorrer dos meses. Fora isso, apenas não houver novos imprevistos as seguradoras devem encerrar o ano com lucro em alta, uma vez que a Selic, que remunera praticamente a totalidade da carteira de investimentos do setor, estimada em mais de R$ 1,5 trilhão, se mantém em alta.

A longa duração dos títulos do governo em carteira também garante um ganho financeiro significativo em 2025, mesmo que as taxas de juros recuem. De acordo com o ranking de lucro líquido elaborado pela consultoria Siscorp, a disputa pela liderança segue entre a BB Seguros, que reúne as empresas de seguridade do Banco do Brasil, e o grupo Bradesco Seguros, empatadas com R$ 2,2 bilhões.

Apenas cerca de R$ 60 milhões separam a primeira da segunda colocada. No entanto, como as indenizações a serem pagas pela tragédia do Sul, é possível que Bradesco volte ao topo no balanço do primeiro semestre, diante da liderança do segmento em seguro rural da BB Seguridade.    

Fonte: NULL

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