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IPCA sobe 0,23% em maio, puxado por planos de saúde

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do Brasil, subiu 0,23% em maio em relação ao mês imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7).

No acumulado em 12 meses até aqui, o IPCA registra alta de 3,94%. Esse resultado representa uma forte desaceleração de 0,38 ponto percentual em relação a abril, quando a inflação avançou com mais força, a uma taxa mensal de 0,61% e a uma taxa anual de 4,18%.

Os números vieram bem abaixo das projeções do mercado financeiro, de alta de 0,33% na comparação com o mês anterior e de 4,05% ano a ano.

A alta de maio foi puxada pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais, com destaque para os planos de saúde, que tiveram alta de 1,20% no mês.

Em contrapartida, a queda nos preços nos grupos de Transportes e Artigos de Residência e uma desaceleração entre os itens da alimentação no domicílio foram as principais responsáveis por segurar uma alta mais acentuada do IPCA.

De acordo com Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, mais importante do que a desaceleração é analisar quais foram os itens que mais subiram e os que mais caíram no mês.

A especialista explica que, no mês passado, as principais altas vieram dos preços administrados – que são os produtos que oscilam menos com base na oferta e demanda e têm seus preços determinados pelo governo ou por outras partes, caso dos planos de saúde.

Em contrapartida, os preços livres, que respondem melhor à lei de oferta e demanda, foram os que apresentaram as desacelerações mais expressivas, como os artigos de residência.

Na prática, segundo Carla, isso significa que a política de alta nos juros empreendida pelo Banco Central do Brasil (BC) tem tido efeito sobre a inflação brasileira, controlando o aumento dos preços livres. Com os números observados em maio, a inflação acumulada em 12 meses, de 3,94%, ficou mais próxima da meta do BC para 2023.

A meta é de 3,25%, podendo ficar entre o intervalo de 1,50% e 4,50% para ser considerada oficialmente cumprida. No entanto, no acumulado do ano até aqui, o índice já registra uma alta de 2,95%.

Dentro de saúde, além do destaque para os planos de saúde, que passaram por fortes reajustes nos últimos meses, o instituto também destaca o avanço de 1,13% nos itens de higiene pessoal, especialmente os perfumes (que subiram 3,56%) e os produtos farmacêuticos (0,89%).

Já nas Despesas pessoais, a inflação foi puxada pelo reajuste de 15% no valor de apostas, resultando um avanço de 12,18% em todo o subgrupo de jogos de azar. Gastos com alimentos para animais, empregados domésticos e cinema, teatro e concertos também subiram.

Desaceleração nos preços dos alimentos

O grupo de Alimentos e bebidas, de peso importante no IPCA, passou por uma desaceleração em maio que foi influenciada pela estabilidade nos preços da alimentação no domicílio. Entre os itens que caíram, destaque para a queda de 3,48% das frutas, de 7,11% do óleo de soja e de 0,74% das carnes. Já o tomate, o leite longa vida e o pão francês foram as principais variações positivas, com altas de 6,65%, 2,37% e 1,40%, respectivamente.

A alimentação fora do domicílio teve uma alta de 0,58% em maio, mas abaixo do que foi registrado em abril, de 0,66%. Neste subgrupo, os preços dos lanches desaceleraram de 0,93% para 0,71% de um mês para o outro, e o das refeições caíram de 0,51% para 0,47%.

Fonte: NULL

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