Viola Davis compara atrizes negras com as guerreiras de ‘A Mulher Rei’
Para Viola Davis, ganhadora dos principais prêmios do cinema, da TV e do teatro americanos, atrizes negras precisam agir como as guerreiras que protagonizam seu novo filme, “A Mulher Rei”. “Elas estão usando as próprias mãos para criar a mudança que elas querem ver. Todas têm projetos que estão produzindo, estrelando. Eu vejo guerreiras. Esse é o espírito guerreiro que eu vejo”, afirma a atriz em entrevista ao g1, durante passagem pelo Brasil para divulgar a obra.
Ambientada no século 19, o filme mostra como viviam e agiam o grupo de guerreiras mulheres conhecidas como Agojie.
Comandadas pela general Nanisca (Davis), elas protegiam o reino de Daomé (atualmente Benin), na África Ocidental, de grupos rivais e de ameaças estrangeiras, principalmente de traficantes de escravos.
Davis afirma que o filme de Gina Prince-Bythewood (“The old guard”) foi uma oportunidade “fantástica”. “Sabe, tem algo sobre estar no meio das mulheres onde você não tem que trabalhar tanto para tentar definir quem você é (…) Há um tipo de sentimento diferente de sentimento num set quando você tem poder feminino”, diz a atriz, ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu trabalho em “Um limite entre nós” (2016) e o Emmy de melhor atriz por “How to Get Away With Murder”.
Após encenar grandes cenas de ação aos 57 anos, ela conta que manteve um pouco do ritmo das gravações até agora. Tanto que, desde o final das filmagens, ela ainda malha com a atriz Thuso Mbedu, que interpreta a recruta Mawi, e com Prince-Bythewood.
Ela também diz que a química entre as atrizes que interpretaram as demais guerreiras, como Lashana Lynch (de “007 – Sem tempo para morrer”) e Sheila Atim, já estava lá quando começaram as filmagens. “Foi uma extensão dos relacionamentos que nós já tínhamos fora das câmeras.” Viola também acredita que “A Mulher Rei” é um filme que tem representatividade e que já está ressoando entre o público que já o assistiu em outros países (o filme, aliás, estreou no topo da bilheteria dos Estados Unidos, com arrecadação de mais de US$ 19 milhões no primeiro final de semana).
Para ela, isso acontece porque parece ser algo certo. “O mundo tem mulheres negras nele, que não são vulneráveis, que são fortes, que têm uma voz (…) E nós finalmente podemos nos ver numa tela numa arena global”, diz a atriz.
Fonte: NULL