Presença feminina em cargos executivos aumenta, mas ainda é tímida
Em artigo publicado no portal Seguro Nova Digital, Sidney Dias, diretor da Conhecer Seguros, destaca que, embora continue aumentando a participação feminina em cargos executivos das seguradoras brasileiras, essa presença ainda é tímida.
Veja o texto, na íntegra:
A partir de levantamento realizado com base nos dados disponibilizados pela Susep, podemos observar que continua crescendo a participação feminina em cargos executivos das seguradoras brasileiras.
Enquanto o número total de cargos executivos aumentou 2,9% em 2021, comparativamente a 2020, a participação feminina aumentou 10,5% no mesmo período.
Ao final de 2021, havia um total de 168 cargos estatutários ocupados por executivas, um crescimento de 10,5% em relação ao total observado ao final de 2020 havia, à época, 152 cargos executivos ocupados por mulheres.
O grande destaque em 2021 foi o crescimento do número de cargos de CEO (Chief Executive Officer) ocupados por executivas aumento de 100%.
Houve aumentos expressivos, também, no número de cargos nos Comitês de Auditoria e Conselhos de Administração 21% e 19%, respectivamente.
O único tipo de cargo que apresenta redução da presença feminina é o de Conselheiro Fiscal.
No entanto, a análise do que teria motivado essa diminuição revelou que sua origem foi o fim das operações da Companhia de Seguros do Estado de São Paulo Cosesp, que entrou em liquidação em outubro de 2021: na posição em dezembro de 2020, seis das nove conselheiras fiscais eram da Cosesp.
Fazendo-se os ajustes, podemos observar que o número de cargos ocupados por executivas em Conselhos Fiscais aumentou passando de três para seis posições , também, de 100%.
Avanços ainda muito tímidos requerem mudança nas políticas corporativas Se, por um lado, o avanço da presença feminina nos cargos executivos, em termos percentuais, foi expressivo nos dois últimos anos, por outro lado, a participação total da mulher nos cargos de direção continua muito baixa apenas 15% do total.
Isto está muito aquém da média da participação feminina geral nas empresas de seguros e de previdência complementar que, de acordo com dados do RAIS 2020(2), era de 55,9% ao final de 2020.
Mantidos os ritmos de crescimento observados em 2021 para o número de cargos executivos nas empresas de seguros e de previdência complementar, serão precisos mais de 15 anos para que se atinja uma situação de equidade de gênero em cargos de direção.
Os dados do RAIS 2020 mostram, também, uma situação de forte desequilíbrio na remuneração média de homens e mulheres no setor: em 2020, a remuneração média feminina em seguradoras e empresas de previdência complementar era de R$ 5.800, apenas 66% da remuneração masculina naquelas empresas que era de R$ 8.702.
Fica evidente a necessidade das empresas do setor reverem seus conceitos e políticas corporativas, tanto no que se refere à remuneração quanto na oferta de oportunidades iguais de crescimento profissional e de remuneração para seus trabalhadores e trabalhadoras.
Fonte: NULL