Mulheres que não investem representam 72% da população feminina do país
Pesquisa aponta as principais razões para as mulheres não investirem e quais são suas aplicações preferidas. Segundo o estudo, mulheres que não investem representam 72% da população feminina do país. E a principal razão para isso é a falta de dinheiro. Os dados fazem parte da 5ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, a mais recente pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, que ouviu 5,8 mil pessoas das classes A, B, C e D/E, de todas as regiões do país.
A pesquisa revela que é maior a participação masculina no mundo dos investimentos. Mulheres que investem são apenas 28% e os homens são 34%.
As mulheres também poupam menos: 64% das brasileiras não guardam dinheiro de jeito nenhum, entre os homens o percentual cai para 58%.
Entre os principais entraves para conseguir realizar investimentos, para 55% das mulheres está a falta de dinheiro para os homens esse valor corresponde a 51%.
Em seguida, vem o desemprego, com 10% das respostas, enquanto para quem é do sexo masculino esse número é de apenas 6%. O recorte de gênero é importante para que possamos refletir sobre formas de disseminar mais a cultura de investimento entre as mulheres. A falta de dinheiro para investir, apontado por um número relativamente maior de mulheres do que de homens, reflete também o impacto causado por aspectos socioeconômicos importantes: em média as mulheres recebem salários menores e dedicam mais tempo à família, avalia Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.
Quem são as mulheres que investem?
Segundo dados da pesquisa, as mulheres que investem tendem a ser conservadoras e evitam o risco: 83% delas escolhem a poupança na hora de investir, contra 68% dos homens. Em seguida, com 7% de preferência delas, vêm os títulos privados, como debêntures e CDBs, percentual que para os homens é de 9%.
Enquanto fundos de investimento, moedas digitais e ações na bolsa de valores, investimentos de maior risco são opções para 12%, 11% e 11% dos homens, respectivamente, para elas são 6%, 4% e 3%. A poupança é um investimento muito popular, a maior proporção de mulheres que preferem essa opção pode refletir uma preferência das mulheres por alternativas menos arriscadas na hora de investir, anota Billi.
Por isso, a educação financeira é tão importante. Com mais conhecimento acerca dos produtos é possível uma maior diversificação da carteira de investimentos controlando riscos e respeitando o perfil das investidoras. Quando se observam de perto as investidoras, percebe-se que elas se concentram nas classes A, B e C, com 85% das mulheres entrevistadas, em um cenário parecido para os homens: 88% valor dentro da margem de erro de 3 pontos porcentuais.
No caso das mulheres, a classe C responde por quase metade (47%), seguida da classe A e B com 38% e, por último, da classe D/E, com 15%; já para os homens, a classe C representa 43% dos entrevistados; as classes A e B, 45% e D/E, 13%.
Fonte: NULL