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Inflação alta impediu aceleração das vendas em 2021

No último ano, a deterioração das condições de consumo impactou mais o comércio negativamente do que a covid-19. É o que aponta a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de dezembro de 2021, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números indicam que, mesmo repassando apenas menos da metade da inflação ao consumidor final, o setor não conseguiu apresentar crescimento superior a 2% (1,4%) pela sexta vez em sete anos.

Segundo o estudo da CNC, em 2020, a crise sanitária ditou predominantemente o ritmo das vendas, levando o varejo a registrar um aumento anual de 1,2%. Já em 2021, a aceleração dos preços justificou o fraco desempenho do segmento de 1,4%.

Em dezembro de 2020, a taxa de inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava em 4,52%.

Um ano depois, pressionada não somente pelas tarifas, mas também disseminada pelo índice, acelerou para 10,06%.

O presidente da entidade, José Roberto Tadros, avalia que o desemprego elevado e as taxas de juros em aceleração certamente contribuíram para o resultado de 2021; no entanto, o declínio das condições de consumo teve o maior impacto nas vendas, mesmo com o avanço econômico de 4,5% após queda de 3,9% em 2020. “A inflação reduziu o poder de compra e esfriou a demanda por produtos ao longo do ano.

Além disso, incapazes de reter os reajustes do atacado, os varejistas se viram obrigados a repassar parcialmente a alta de custos aos consumidores finais.”

Na média, o varejo absorveu mais da metade da alta recebida do atacado (+27,6%), repassando apenas 12,2% aos compradores. Excetuando o comércio automotivo, cujos preços no varejo (+17,1%) subiram ligeiramente acima do atacado (+16,6%), os demais segmentos foram obrigados a sacrificar margens ao longo de 2021, com percentuais de retenção de repasses que chegaram a 68%, no caso do comércio de materiais de construção (+58,1% no atacado e +18,7% no varejo).      

Fonte: NULL

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