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Menos da metade dos brasileiros investia ao fim de 2019

Cerca de 42 milhões de brasileiros tinham algum tipo de aplicação no mercado em 2019, segundo dados da terceira edição da pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro”, realizada pela Anbima em parceria com o Datafolha.

Apesar do número expressivo, em uma análise relativa, o resultado da pesquisa mostra que menos da metade (44%) da população do país tinha algum saldo aplicado em produtos de investimento no ano passado.

O número mostra um pequeno aumento na comparação com os dois anos anteriores, quando 42% aplicavam em produtos de investimento.

De longe, a caderneta de poupança continua detendo a preferência dos brasileiros dentre os produtos financeiros à disposição considerados pela Anbima no levantamento, sendo destino de 84,2% dos investidores, ainda que venha perdendo espaço – em 2018, a opção era a preferida de 88% dos consultados e, em 2017, de 89%.

Os fundos de investimento, por sua vez, respondem pela segunda posição. O produto, entretanto, tem uma parcela ainda pequena das escolhas, embora esteja gradualmente ganhando espaço, saindo de 4% das preferências dos investidores, em 2017, para 6%, em 2019.

Quanto ao horizonte de investimento, a pesquisa mostrou que o prazo médio de aplicação dos investidores é de dez anos, permanecendo estável em relação aos resultados de 2018.

Segundo análise da Anbima, os resultados permitem duas leituras. O copo “meio cheio”, que indica o aumento no hábito dos brasileiros em investir; ou “meio vazio”, ao apontar que ainda há mais pessoas que não investem do que investidores no Brasil. “A reversão desse cenário está em curso, mas o processo é lento e gradual”, diz a associação.

A pesquisa mostrou que o cenário de juros baixos tem motivado um crescimento gradual de busca por maior retorno financeiro. Em 2018, foram 19% os entrevistados que afirmaram que sua disposição de investir foi impactada por esse tema, três pontos percentuais abaixo dos resultados de 2019.

Para esta edição da pesquisa, o Datafolha entrevistou, entre 4 e 13 de novembro de 2019, 3.433 brasileiros de 149 municípios, com 16 anos de idade ou mais, das classes A, B e C.

Hábitos de consumo
Os resultados não incluem, portanto, o período de isolamento social, que certamente traria informações diferentes sobre alguns pontos do estudo.

A pesquisa mostrou, por exemplo, que a busca por informações sobre produtos financeiros de maneira presencial ainda é a mais utilizada no país, conforme 40% dos entrevistados.

Apesar de ainda ser a opção preferida, o cafezinho com o gerente vem aos poucos perdendo espaço – em 2018, era a preferência de 42% dos investidores.

Com isso, outras fontes de informação começam a se destacar. O acesso a sites de notícias, blogs e fóruns especializados em finanças e investimentos foi citado por 32% dos investidores em 2019, um crescimento de quatro pontos percentuais em relação a 2018.

Quanto aos meios utilizados para fazer as aplicações financeiras, a visita ao gerente do banco segue na liderança, com 71% do total, sem grandes alterações em relação à pesquisa anterior.

Em seguida, com 30% e 13%, aparecem o aplicativo e o site do banco, respectivamente, também sem variação relevante ante o ano anterior.

Reserva financeira
A pesquisa mostrou também que, no ano passado, 38% dos brasileiros economizaram algum valor, representando um aumento de cinco pontos percentuais em relação aos 33% de 2018.

Entre os 38% que economizaram, a maior parte (42% desse universo) aplicou o dinheiro em produtos financeiros, como títulos públicos, poupança ou ações, enquanto 8% optaram pela aquisição de bens móveis, como carros e motos.

O percentual dos que investiram em produtos financeiros está em linha com os patamares de 2017, mas indica uma queda de seis pontos percentuais em relação aos 48% de 2018.

Segundo a Anbima, grande parte dos brasileiros (66%) que aplicaram seu dinheiro em produtos financeiros em 2019 incrementaram uma aplicação financeira que já possuíam em anos anteriores.

Fonte: NULL

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