Confiança do consumidor alcança maior nível desde fevereiro
A confiança do consumidor registrou o maior nível desde fevereiro, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 2,7 pontos na passagem de novembro para dezembro, para 91,6 pontos, o maior nível desde fevereiro deste ano (96,1 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 0,7 ponto.
Em dezembro, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses melhoraram. O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 1,5 ponto, para 80 pontos, o maior desde janeiro de 2015 (81,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, foi para 100,2 pontos em dezembro, após marcar 96,9 pontos um mês antes. Além de retornar à zona de neutralidade, exerceu a maior influência para a alta do ICC no mês.
Entre os quesitos que integram o ICC, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos meses seguintes foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança em dezembro. Após duas quedas consecutivas, o indicador aumentou 4,4 pontos, para 80,6 pontos, possivelmente influenciado pelos saques das contas ativas do FGTS, considerando que desde o dia 18 de dezembro todos os trabalhadores que tinham direito ao saque poderiam realizá-lo.
O resultado também parece estar relacionado ao maior otimismo das famílias com a situação financeira. O indicador que mede a satisfação dos consumidores com as finanças da família no momento atual subiu 3,7 pontos, para 76,9 pontos, o mais alto desde maio de 2015, enquanto o indicador que mede a satisfação com as finanças familiares no momento avançou 3,1 pontos, para 101,8 pontos.
Houve aumento da confiança para consumidores de todas as classes de renda, exceto para aqueles com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil. A maior contribuição positiva no mês vem das famílias com renda até R$ 2,1 mil, com alta de 6,9 pontos, para 92,4 pontos, influenciado pela melhora da percepção sobre a situação financeira atual.
“O resultado do mês parece ainda influenciado pela liberação do FGTS e a melhora das expectativas com relação à economia e o emprego nos próximos meses. O efeito do FGTS será passageiro, portanto, em 2020, um retorno consistente do otimismo dos consumidores continuará dependendo de uma evolução mais robusta do mercado de trabalho”, diz Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens da FGV.
Fonte: NULL