Comércio no mundo deve passar por grandes transformações
Até o início de 2020, o fluxo de comércio no mundo deve passar por grandes transformações, motivadas principalmente pela disputa travada entre China e Estados Unidos.
Em busca de um acordo, que não parece próximo, as duas nações têm ampliado a proteção aos seus empresários e elevado tarifas para as trocas comerciais entre si.
O presidente norte-americano anunciou uma nova sobretaxa de 10% sobre produtos que correspondem a US$ 300 bilhões das exportações chinesas para os EUA.
Atualmente, cerca de US$ 250 bilhões das exportações chinesas já são tributadas adicionalmente em 25%. A política agressiva dos norte-americanos fez a China negociar um acordo comercial.
Esse movimento já provoca ganhos e perdas para algumas economias, mas o sinal que a disputa projeta é para um comércio global mais restrito.
Em parte, isso acontece porque as economias estão com baixas taxas de crescimento e a pressão por protecionismo aumenta.
Além disso, o comércio na Europa vai passar por transformações depois do Brexit.
Se a saída do Reino Unido da União Europeia for negociada, certamente o choque da separação será diluído.
Mas se o acordo for rompido unilateralmente, haverá mais incertezas para o comércio global.
O novo setup do comércio global também está impactado pela escalada de tensão entre o Irã e os países do Ocidente, depois que os Estados Unidos passaram a aplicar sanções econômicas contra os iranianos.
A disputa eleva o preço do petróleo e pode ocasionar conflitos.
Impactos para o Brasil
Para enfrentar essa nova configuração do comércio global, uma boa estratégia é diversificar os parceiros e os acordos.
Ter as trocas comerciais atreladas, principalmente à China e aos Estados Unidos, como ocorre com o Brasil hoje, é mais arriscado.
Por isso, o acordo entre Mercosul e União Europeia e com outros blocos, como está em curso, é uma iniciativa fundamental para o Brasil.
É importante, porém, que as bases dessa negociação não condicionem outros acordos.
O Brasil corre um outro risco pela nova postura adotada na questão ambiental, porque abre flancos para a estratégia protecionista de outros países.
Fonte: NULL