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BC dos EUA corta taxa de juros pela primeira vez desde 2008

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cortou nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros do país, para entre 2% e 2,25%. Foi o primeiro corte na taxa desde 2008, quando chegou ao piso de 0 a 0,25%. A taxa vinha sendo mantida entre 2,5% e 2,25% desde dezembro de 2018, quando encerrou o ciclo de alta.

No comunicado sobre a decisão o BC dos EUA citou preocupações sobre a economia global e inflação fraca nos Estados Unidos, e sinalizou disposição para reduzir os custos de empréstimo ainda mais caso seja necessário.

Em um comunicado ao fim de sua reunião de dois dias, o Fed disse que decidiu cortar os juros “em face das implicações de desdobramentos globais para a perspectiva econômica, bem como pressões inflacionárias fracas.”

Contudo, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em coletiva de imprensa que a decisão não abre uma sequência de cortes de juros.

“Eu comparo isso com o começo, por exemplo, de um longo ciclo de cortes. Não é o que vamos ter agora. Essa não é a nossa perspectiva agora, nem nosso panorama”, declarou ele em entrevista coletiva, na qual negou qualquer interferência política na decisão. “Deixe-me ser claro. Eu disse que não é o começo de uma longa série de corte de juros. Não disse que é só um (corte), nem nada parecido”, completou, segundo a France Presse.

Dois integrantes do Comitê de Política Monetária (FOMC) foram contrários à decisão, que visa estimular a economia.

O Fed também anunciou a antecipação do fim da política conhecida como “quantitative tightening”, ou QT, que consiste na compra de dívida pública e privada pelo banco central. Isso significa que a partir de 1 agosto entidade vai começar a se desfazer de suas enormes reservas adquiridas durante a crise financeira mundial.

“Tendo em vista as implicações de desenvolvimento globais para o cenário econômico, bem como pressões inflacionárias nulas, o comitê decidiu reduzir a faixa para a taxa básica de juros para 2% a 2,25%”, diz a nota do FOMC.

Embora o comitê ainda espera uma expansão econômica sustentada e um aumento gradual da inflação em direção à meta do Fed, “as incertezas sobre este cenário persistem”.

Os integrantes do FOMC vão “continuar a monitorar as implicações das informações sobre o cenário econômico e vão agir de forma adequada para sustentar a expansão, com um mercado de trabalho forte e a inflação perto da meta simétrica de 2%”.

A decisão de reduzir os juros não foi unânime: teve oito votos a favor e dois contra. Os dissidentes, Esther George, presidente do Fed de Kansas City, e Eric Rosengren, do de Boston, votaram contra o corte porque “preferiam, nesta reunião, manter a meta da faixa para a taxa básica de juros em 2,25% a 2,5%”.

O comunicado admite que “o mercado de trabalho continua forte e a atividade econômica tem crescido em ritmo moderado”.

Desejo de Trump

Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o Fed fizesse um grande corte de juros, afirmando estar decepcionado com o banco central dos EUA e que a autoridade monetária o deixou em desvantagem ao não agir mais cedo.

“Gostaria de ver um grande corte e gostaria de ver o aperto quantitativo parar imediatamente”, disse Trump a repórteres na Casa Branca. “Estou decepcionado com o Fed. Acho que eles agiram rápido demais, e acho que já foi provado que estou certo… O Fed está frequentemente errado”, completou, segundo a Reuters.

Contudo, na coletiva de imprensa após o anúncio do corte da taxa, Powell afirmou que o FOMC não sofreu influência de Trump.

“Nunca levamos em conta considerações políticas. Não há espaço para isso em nossas decisões”, declarou. “Não conduzimos a política monetária a fim de provar nossa independência. Conduzimos ela a fim de ficar o mais perto possível de nossas metas estatutárias. Isso é o que sempre vamos fazer”.

Fonte: NULL

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