Produção industrial cai e ociosidade segue alta
A produção industrial e o emprego no setor registraram queda em setembro, informou nesta terça-feira (23) a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em levantamento realizado com 2.190 empresas entre 1º a 15 de outubro de 2018. A pesquisa deu origem à “Sondagem Industrial”.
De acordo com a entidade, o indicador de produção somou 47,2 pontos no mês passado, enquanto que o índice de emprego ficou em 49,2 pontos. Pela metodologia adotada, os indicadores vairam de zero a 100 pontos e, quando ficam abaixo de 50 pontos, há queda na produção e no emprego.
Segundo a pesquisa, o chamado “índice de utilização da capacidade instalada”, ou seja, nível de uso do parque fabril, caiu um ponto percentual em relação a agosto e ficou em 68% em setembro. Isso mostra, para a entidade, que a “ociosidade no setor continua elevada”. Apesar disso, o índice é dois pontos superior ao registrado no mesmo mês dos últimos três anos (2015-2017).
Já o índice de evolução dos estoques em relação ao planejado ficou em 51,2 pontos no mês passado. “Como está acima dos 50 pontos, o indicador mostra que os estoques são superiores ao previsto pelas empresas”, acrescentou.
Expectativa dos empresários
“A demanda fraca e a fragilidade financeira das empresas dificultam a recuperação da indústria”, avaliou o economista da CNI, Marcelo Azevedo. Segundo ele, há uma expectativa de melhora na demanda e nas exportações, mas o “otimismo é contido”.
Os índices de expectativa dos empresários, de acordo com o levantamento, recuaram pelo segundo mês consecutivo em outubro e passam a registrar valores inferiores ao registrado em outubro de 2017.
Apesar disso, os empresários seguem otimistas com relação à demanda, compras de matérias-primas e quantidade exportada – que mostraram indicadores com valores acima de 50 pontos.
“Os empresários, que esperavam manutenção do emprego em setembro, passam a projetar queda para os próximos seis meses. O índice de expectativa de número de empregados caiu de 50 pontos para 49,1 pontos”, acrescentou a entidade.
Problemas apontados
A Sondagem Industrial, de acordo com a CNI, mostra ainda que o alto custo da matéria-prima e o câmbio ganharam importância entre os principais problemas enfrentados pelos empresários no terceiro trimestre do ano.
“O alto custo da matéria-prima é o terceiro principal problema do setor, atrás da elevada carga tributária (42,7% das respostas) e da demanda interna insuficiente (30,6% das assinalações)”, informou a entidade.
Ao mesmo tempo, o número de citações para o elevado custo da matéria-prima subiu um ponto percentual em relação ao segundo trimestre. Foi o quinto aumento consecutivo de assinalações neste item, diz a CNI. Antes dessa sequência de altas, o custo da matéria-prima ocupara o sétimo lugar na listra de problemas.
Fonte: G1