Inflação vai subir em 2018
o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn afirma que a inflação vai voltar a subir um pouco em 2018 e deve fechar o ano próxima da meta central de 4,5%. A última estimativa, considerando a trajetória da taxa básica de juros e da taxa de câmbio estimados pelo mercado, é de que o IPCA subirá para 4,2% neste ano fechado.
“O benéfico para a população de a inflação ficar na meta [próxima de 4,5% em 2018] é que isso está associado à retomada do crescimento, à volta do emprego, do poder de compra. O crescimento neste ano é maior. Se imagina 2,5% [de alta do PIB]”, declarou.
Ilan Goldfajn observou que há analistas estimando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de até 3% em 2018.
“A volta da inflação para a meta tem a ver com a volta do crescimento. É normal ter essa volta porque vem com o benefício do crescimento. Você só imagina a inflação voltando porque tem crescimento”, acrescentou ele.
O presidente do BC afirmou, porém, que o objetivo da autoridade monetária é manter a inflação baixa.
“Para a população, a inflação caiu e é como perder peso. Nosso objetivo é manter o peso menor. Vamos comemorar a queda e vamos trabalhar para manter a inflação baixa”, declarou.
Interpelado por jornalistas se o cenário do último relatório de inflação ainda está válido, o presidente do BC não disse que sim nem que não. “Vamos avaliar”, se limitou a responder.
Quando o relatório foi divulgado, no mês passado, analistas passsaram a projetar queda dos juros básicos, abaixo de 7% ao ano, em fevereiro. A inflação de dezembro, porém, surpreendeu, pois mostrou uma alta maior do que a estimada nos preços dos alimentos.
Dólar em 2018
Questionado se, em um cenário de maiores tensões nos mercados por conta da corrida eleitoral neste ano, o dólar não pode ter uma alta maior e pressionar a inflação, Goldfajn observou que o BC tem uma “posição confortável” de instrumentos para evitar essa alta, como os contratos de “swaps cambiais” operações no mercado futuro.
Mas acrescentou que o regime de câmbio é flutuante no Brasil, com o dólar oscilando de acordo com as operações de compra e venda dos operadores do mercado financeiro.
“O câmbio não é um instrumento de controle da inflação. Deixou de ser há muito tempo. Não foi no ano passado e não vai ser neste ano. Para controlar a inflação, temos a taxa básica de juros, o instrumento principal”, concluiu ele.
Fonte: G1