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Spread bancário cairá mais com inflação e juros baixos

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (16) que o spread dos bancos continuará caindo se a economia mantiver o cenário de queda da inflação e juros baixos. A declaração foi feita durante evento com empresários em São Paulo.

O spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos recebem ao emprestar dinheiro e o que pagam ao captar recursos dos investidores. A taxa básica de juros (Selic), que caiu ao patamar de 8,25% ao ano, influencia diretamente essa diferença.

Segundo dados do BC, a taxa média do spread bancário com recursos livres (crédito sem subsídios) caiu quase quatro pontos percentuais em um ano, passando de 40,69%, em agosto de 2016, para 36,90% em agosto deste ano.

“O spread bancário está começando a cair e vai cair mais à medida que o tempo passa, se a gente conseguir manter esse cenário de estabilidade e se a inflação estiver baixa e os juros também”, afirmou Goldfajn.

O presidente do BC ponderou que, para ajudar nesse processo, é preciso continuar com a sequência de reformas do governo para equilibrar o quadro fiscal. “Na medida em que a economia reduzir as incertezas, as taxas bancárias vão cair”, afirmou.

Goldfajn afirmou que a recente queda da inflação e dos juros gerou um aumento do consumo na economia, que em sua visão “será permanente”. A expectativa do mercado desta semana é de que a inflação feche 2017 em 3%, no piso do sistema de metas estipulado pelo governo.

O presidente do BC também apontou que o quadro fiscal vai melhorar na medida em que a economia brasileira se recupere. Ele disse ser preciso insistir nas reformas defendidas pelo governo, como a da Previdência, e destacou o limite de gastos como importante medida para o quadro fiscal.

Goldfajn citou a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que é importante “cuidar do teto enquanto não há chuva” como lição para o Brasil no momento atual. “Vamos ter o desafio de manter as despesa no teto e será no sentido correto esta medida”, disse.

O presidente do BC Goldfajn afirmou também que a expansão das empresas financeiras de tecnologia (fintechs) gera um cenário de maior concorrência entre as instituições bancárias. “Quando a economia sair da recessão acho que haverá espaço para todo mundo”, disse.
Moedas virtuais

O presidente do BC disse ainda que a blockchain, tecnologia que comporta a moeda virtual bitcoin, “não é uma inovação em termos de serviço ao cidadão”, mas apenas do ponto de vista tecnológico.

Segundo ele, as pessoas compram bitcoins por ser uma moeda sem lastro algum e por acreditarem que ela vai se valorizar com o aumento da demanda, crença que, em sua visão, remete a bolhas de ativos. Goldfajn apontou que a moeda virtual facilita pagamentos ilícitos.

“Vamos separar todas as inovações e firmas de tecnologia, esforços que são bons para a economia. A questão da moeda digital não é algo que o BC gostaria de incentivar” disse.

Fonte: G1

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