BB Seguridade vê lucro recuar e corta projeção
A BB Seguridade seguiu a tônica do setor de seguros e apresentou números mais fracos no segundo trimestre do ano: seu lucro líquido ficou em R$ 956,3 milhões, queda de 12% em relação ao mesmo período de 2016. Com o cenário pior do que o esperado, a companhia reduziu a projeção de lucro para o ano, saindo da expectativa de crescimento de 1% a 5% para uma queda de 1% a 5%. As ações ordinárias (ON) da companhia fecharam o pregão com perda de 0,59%, a R$ 26,94.
A seguradora levou em consideração, ao cortar suas projeções, a expectativa de uma recuperação mais lenta da atividade econômica e de uma redução mais acentuada da Taxa Básica de Juros no segundo semestre, se comparadas com as premissas utilizadas anteriormente. Além disso, o desempenho comercial abaixo do previsto para o primeiro semestre do ano também foi considerado, assim como a redução da participação societária detida no IRB Brasil Resseguros.
Entre os números de abril a junho, o destaque negativo ficou com o resultado financeiro, cujo recuo foi de 21,6% na comparação anual. A baixa é consequência da queda na taxa Selic, com efeito negativo na remuneração dos títulos pós-fixados, e dos indicadores de inflação mais baixos, que reduziram a rentabilidade nominal dos ativos financeiros remunerados a esses indexadores.
José Maurício Pereira Coelho, diretor-presidente da companhia, afirmou em entrevista ao Valor que a companhia sofreu com dois movimentos – piora mais rápida no financeiro do que a expectativa e recuperação mais lenta nas vendas dos produtos. “A melhora operacional é uma realidade, mas não está sendo suficiente para compensar a queda no resultado financeiro, por isso a última linha do balanço não teve a evolução que gostaríamos.”
O volume total de prêmios emitidos de seguros, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização somou R$ 14,18 bilhões no segundo trimestre, queda de 28,6%.
Na BB Mapfre SH1, ramo que inclui seguro de vida, habitacional e rural, os prêmios emitidos caíram 7,7%, puxados pelo desempenho do seguro prestamista (-40,8%) e do DPVAT (-35,5%). Por outro lado, o seguro de vida cresceu 2,7%, o habitacional avançou 8,9% e o rural, 0,3%. O índice de sinistralidade do ramo caiu 3,5 pontos percentuais, para 27,4%, e o índice combinado – que mede a eficiência operacional e, quanto menor, melhor – subiu 0,6 ponto percentual, para 69,1%.
A BB Mapfre SH2, que considera patrimônio e automóvel, teve queda de 5,1% nos prêmios do trimestre, com baixa nas principais linhas, com destaque para auto (-2,8%) e danos (-3,4%). A sinistralidade caiu 0,3 ponto percentual, para 56,3%, e o índice combinado avançou 4,4 pontos, para 101,2%.
“Como era esperado, o ramo de seguro prestamista para pessoa jurídica está em baixa e puxa o resultado de todas as linhas de SH1. Em outros produtos, como é o caso do seguro de vida, nós estamos com desempenho forte e acima da média do mercado”, afirma o diretor-financeiro Werner Süffert.
Previdência, forte fonte de resultados para a companhia, também foi pior nos meses de abril, maio e junho e teve uma queda de 34,5% nas contribuições. O movimento de baixa levou a captação líquida a uma perda de 65,9% no trimestre. Süffert diz que esse desempenho decorre da base de comparação muito forte do ano anterior e da recuperação dos concorrentes.
Fonte: Valor