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Empresários não precisam de subsídios, diz novo presidente do BNDES

O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou que o Brasil precisa “desapegar” do conceito de subsídios e que as taxas dos empréstimos do banco precisam convergir para as de mercado. Rabello substituirá a economista Maria Silvia Bastos, que pediu demissão no último dia 26.

Na sua primeira entrevista após ser convidado para assumir a função, Rabello elogiou sua antecessora no BNDES e disse que vai manter seus projetos. Ele ainda falou como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A posse de Rabello no BNDES está prevista para quinta-feira (1°), mas ainda depende de confirmação dos ministros do Planejamento e da Fazenda.

“Pretendo dar continuação aos trabalhos desenvolvidos nesses últimos meses, claro que podemos acrescentar muitas coisas ainda, não vai ser uma gestão apenas de observação. Mas vale ressaltar que temos que fazer o exercício do desapego do conceito de subsídio, temos que fazer o Brasil convergir para a normalidade. Os empresários não precisam de subsídios, eles precisam de normalidade e o principal apoio que o BNDES pode dar ao mercado é a disponibilidade”.

Ele ainda afirmou que terá “desafios”, mas sabe que “a casa está arrumada”. Entre os desafios, Rabello citou o ajuste dos juros do BNDES para taxas de mercado. No fim de março, Maria Silvia anunciou mudanças na política de juros do banco, mas sua implementação seria apenas em 2018.

“Um dos principais desafios do Brasil é ter uma verdadeira estrutura em termos de taxa de juros, que hoje é atrelada a títulos públicos, reduzindo subsídios. O Brasil tem uma carência de operações que formem efetivamente a taxa de juros de longo prazo. Taxa de juros é um detalhe. As taxas do BNDES têm que convergir para o mercado”, enfatizou.

Foco em PMEs

Em seu encontro com o presidente Michel Temer, que ocorreu nesta segunda-feira, Paulo Rabello de Castro disse que Temer recomendou uma gestão que dê ênfase aos créditos para pequenas e médias empresas.

“O presidente me revelou uma grande preocupação, sobre a qual nós vamos dar uma olhada especial, que é sobre os créditos relativos às chamadas PMEs (pequenas e médias empresas). É um assunto sobre o qual o BNDES já vem se debruçando e estabelecendo várias modalidades de abordagem. Tudo me leva a crer que esta é uma área em que o BNDES deveria caprichar cada vez mais. Queremos mais fazedores anônimos do que grandes marqueteiros ofensivos.”

Fonte: G1

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