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Brasil está barato, mas depende de reformas

Os ativos brasileiros ainda estão baratos e relativamente atrativos na comparação com os demais no mercado internacional, na visão de Mohamed El-Erian, assessor econômico da Allianz e ex-presidente da gestora Pimco. Ele vê potencial tanto em ações quanto em renda fixa, mas afirmou que é necessária a continuidade do processo de reformas no país.

“Levou tempo para os investidores entenderem que o Brasil embarcou em uma séria reforma e que o sistema político está permitindo que isso aconteça”, disse El-Erian a jornalistas durante evento promovido pelo Bradesco BBI.

Segundo ele, existem três elementos nesse processo e o país já tem os dois primeiros: reconhecer o que precisa mudar, ter um plano detalhado para isso e, por fim, fazer uma implementação sustentável das reformas. Questionado sobre o grau de conforto do investidor internacional com empresas brasileiras, El-Erian disse que já apostou no país em momentos de incerteza, como o ano de 2002. “Investi porque o Brasil tem atributos poderosos.”

Ele observou que as incertezas políticas e os casos de corrupção dos últimos anos levaram o mundo a ficar com uma visão negativa do país. Mas, segundo El-Erian, o Brasil voltou a olhar para a frente e os investidores perceberam isso.

“Entrou capital demais em um dado momento, e depois muito saiu. Os investidores, às vezes, exageram. Hoje, o tom já mudou e os investidores estão voltando.”

Na avaliação de El-Erian, o Brasil, assim como outros emergentes, está preparado para as próximas altas de juros dos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano). Segundo ele, três fatores são importantes nesse processo. O primeiro é o nível adequado de reservas internacionais, o câmbio flutuante e a troca da dívida soberana denominada em dólar por moeda local.

“Da perspectiva soberana, os mercados emergentes, incluindo o Brasil, estão muito mais bem preparados para as altas do Fed”, diz. A expectativa dele é de mais cinco altas na taxa de juros americanas, totalizando seis ao considerar a que foi feita no início deste ano. Segundo El-Erian, serão mais dois ajustes em 2017 e três em 2018.

Fonte: Valor

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