SulAmérica tem queda no lucro com aumento nos sinistros de automóveis
O desempenho ruim do ramo de automóveis pesou nos resultados das seguradoras em 2016 e para a SulAmérica a história não foi diferente. A companhia apresentou queda de 5,3% no lucro líquido do ano passado, somando R$ 698,4 milhões, mas conseguiu uma alta de 5,7% no último trimestre, para R$ 315,7 milhões.
A tônica dos últimos meses não deve ser muito diferente em 2017, na avaliação do presidente Gabriel Portella. Segundo ele, o primeiro semestre não deve apresentar muitas mudanças, com a economia se recuperando, mas ainda alto desemprego. Existe, porém, espaço para segurar despesas e aumentar a produtividade.
O total de receitas operacionais foi de R$ 4,31 bilhões de outubro a dezembro, com alta de 6,8%, impulsionadas pelo desempenho dos segmentos de saúde e odontológico, previdência e capitalização. A sinistralidade subiu 3,1 pontos percentuais e foi a 73,1% no trimestre, puxada pela alta de 4,9 pontos no ramo de automóveis, que chegou a 67,9%. A companhia conseguiu compensar nos custos de comercialização, o que levou a uma queda de 0,3 ponto percentual no índice combinado – medida de eficiência e quanto menor, melhor – e fechou na casa dos 97%.
Portella destaca a queda do emplacamento de veículos, retração da indústria, perda do poder aquisitivo dos clientes, além do aumento do risco em alguns Estados. Esses aspectos levaram a um resultado pior no ramo. Uma das medidas adotadas para driblar o cenário foi a criação do produto Auto Compacto, um seguro com cobertura básica e preço mais acessível. “O produto vem caminhando bem, completou o portfólio e ajudou a suavizar a queda, atraindo consumidores de poder aquisitivo menor”, afirma.
O resultado financeiro foi positivo em R$ 273,1 milhões, com evolução de 25,9%, explicado pelo incremento do volume de ativos próprios sob gestão. O resultado foi impactado por uma menor taxa de inflação no período, que afetou negativamente a performance dos ativos indexados ao IPCA. A rentabilidade da carteira de ativos próprios, excluindo previdência, foi de 95,2% do CDI no trimestre e de 95,7% no acumulado do ano.
Em meio à tendência de queda da taxa de juros, Arthur Farme, vice-presidente, explica que a primeira reação é na disciplina de precificação e subscrição e controle das despesas administrativas. “O desafio exige maior disciplina de precificação, maior cuidado na gestão de despesas e impõe desafio nas próprias estratégias de alocação dos investimentos”, afirma.
Fonte: Valor