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Cuidado com os gastos extras no início de 2017

O aperto financeiro de início de ano é um velho conhecido dos brasileiros. Além de ser comum exagerar nas compras para as festas, as pessoas ainda têm que lidar com a infinidade de gastos extras logo nos primeiros meses de 2017. E a lista não é pequena. Entre os tributos que chegam com o novo ano está o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mas ainda é preciso dar conta das faturas de cartão de crédito, dos custos fixos, da renovação de seguros e de matrículas e materiais escolares. Os especialistas ensinam, contudo, que é possível se planejar para começar o ano sem crise.

O aposentado Jece Camelo, de 67 anos, reclama que os tributos mais pesados chegam no início do ano. Para ele, se os impostos fossem divididos entre os meses seguintes, seria mais justo com a população. “Nós sofremos o impacto dos gastos extras no início do ano. Por que a parcela do IPVA tem que vir nos primeiros meses? Se fosse mais tarde, seria possível quitar as dívidas de dezembro para ganhar fôlego. Além do IPVA, ainda tenho a taxa de condomínio, material para faculdade das minhas filhas e renovação do seguro do carro”, enumera. Com a crise, o aposentado garante que economizou nas compras do fim de ano e nos gastos da família, mas ainda assim não há sobra. “Eu acredito que o governo deveria pensar nisso e amenizar a carga de impostos”, reitera Jece.

No entanto, como o Fisco não é sensível ao aperto no bolso dos consumidores e há impostos que vencem no início do ano, o economista Rogério Olegário, da Libratta Finanças Pessoais, alerta que as pessoas devem se preparar previamente para o gasto extra. O ideal, ensina o especialista, é começar o planejamento meses antes das despesas baterem na porta. “Não adianta tentar em cima da hora. São gastos previsíveis. O dinheiro extra do décimo terceiro pode ser usado para pagar esses compromissos ou quitar dívidas para ter uma folga no início do ano. A família que está se preocupando somente agora com os primeiros impostos de 2017 já está fazendo algo errado”, afirma.

Endividamento

Por conta da falta de planejamento, em janeiro, o índice de endividamento das famílias sempre aumenta, revela o economista da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Bruno Fernandes. “As contas contraídas no ano anterior pesam no bolso e dificultam o pagamento dos impostos. Quem entra o ano apertado não consegue honrar os compromissos devido às novas despesas”, explica.

Pesquisa da CNC aponta que, até novembro de 2016, o endividamento das famílias brasileiras atingiu 57,3%. Apesar de o número de endividados ter recuando diante do mês anterior, que registrou índice de 57,7%, a taxa é bastante alta: mais da metade da população tem dívidas.

Fernandes recomenda aos consumidores que não deixem de pedir descontos para economizar. “É preciso barganhar na hora de comprar algo ou pagar alguma dívida. Assim como as famílias foram afetadas pela crise econômica e tiveram seu poder de compra reduzido, as empresas também sofreram impacto. Por isso, os empresários tendem a ceder para efetuar a venda ou receber o pagamento”, afirma.

Quem se planeja e pesquisa muito antes de contrair um empréstimo ou adquirir algum bem consegue enfrentar o aperto do início do ano sem dificuldades, garante o especialista. É o caso da servidora pública Susi Cintra. Ela conta que, meses antes dos impostos chegarem, já se preocupa com as dívidas que terá que pagar. “Eu já estou planejando desde o fim do ano passado como vou fazer com essas contas para conseguir pagar o IPVA no início do ano. Geralmente eu pago em parcelas. Mas, de qualquer forma, tenho o gasto extra com a primeira parte já nos primeiros meses”, diz.

Fonte: Correio Brasiliense

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