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Cartões: medida pode reduzir inadimplência, diz associação

Na lógica da associação das operadoras de cartão (Abecs), o parcelamento é positivo para o sistema porque, ao alongar o prazo da dívida, a fatura passa a caber no bolso e o cliente tem mais condições de pagar. No rotativo, a inadimplência está em 36,1% e no cartão parcelado, em 15,7%.

De fato, todos os grandes emissores de cartões, que são os bancos de varejo, já oferecem a opção de parcelar os débitos das faturas. Segundo o executivo de um grande banco, a medida tem o potencial de reduzir os juros porque, ao saber que há um prazo máximo em que esse débito ficará no rotativo, as instituições financeiras podem reduzir o nível de provisão com esses clientes. De acordo com essa mesma fonte, a solução foi desenhada por associados da Abecs, e o BC ajudou a fechar os parâmetros para a sua implementação.

Os presidentes do Itaú Unibanco, Roberto Setubal; do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli; e do Santander, Sérgio Rial, divulgaram nota apoiando as medidas.

Para analistas, os bancos têm espaço para reduzir juros, mas ainda não está claro se há viabilidade técnica para fazer isso a curto prazo.

– Há gordura para queimar porque os juros são de mais de 10% ao mês e mais de 400% no ano. Isso é escandaloso. Mas, do ponto de vista técnico, a Selic teria que cair muito, o que é impossível no curto prazo. Outro ponto é a inadimplência, que também teria que cair de forma agressiva – avaliou Luis Miguel Santacreu, analista do setor bancário da Austin Rating.

Na avaliação de João Augusto Salles, economista da Lopes & Filho Consultoria, é pouco provável que as taxas caiam a curto prazo, apesar dos anúncios feitos ontem.

– Não é só uma questão de vontade governamental. O juro só cai com a queda da Selic. Essa parece uma medida paliativa. O juro do cartão é alto porque embute o risco da operação. Se parcelar, a inadimplência pode até cair. Mas o juro não cairá de forma imediata. Parece mais um factoide – afirmou.

Fonte: O Globo

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