Meirelles diz que União ficará com R$ 38,5 bi arrecadados com repatriação
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o programa de repatriação de recursos do exterior foi um sucesso e que dos R$ 50,9 bilhões arrecadados, R$ 38,5 bilhões ficarão com o governo federal e o restante será dividido entre estados e municípios.
Segundo ele, do total que ficará com o governo federal, mais da metade será usada para quitar os chamados restos a pagar (dívida de outros anos, que somam cerca de R$ 180 bilhões). Ele destacou, no entanto, que os recursos também serão utilizados para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2016.
Segundo ele, o detalhamento da divisão e destino dos recursos deverá ser feito na quinta-feira.
Mais da metade deverá ser usada para o pagamento de restos a pagar, que são muito altos e que foram deixados em uma quantidade enorme pelo governo anterior, disse em entrevista a jornalistas, após participar de vento para jovens empreendedores na Fiesp.
“O governo tem de começar a, de fato, acertar as suas contas, pagando suas dívidas, acrescentou.
Orçamento
Meirelles destacou ainda que o montante arrecadado e consequente liquidação de parte dos restos a pagar ajudará também a aumentar a credibilidade do cumprimento do teto estabelecido para o orçamento de 2017, uma vez que o valor que seria levantado era um incógnita para muitos.
Parte do dinheiro levantado com a regularização de recursos de brasileiros no exterior já estava prevista no orçamento de 2016, mas o Tesouro Federal não informou quanto.
Meirelles confirmou ainda que uma parte dos recursos deverá ser usada como uma espécie de reserva para fazer frente a eventuais frustrações de arrecadação em consequência do estado da economia
Ainda segundo ele, os recursos repatriados significarão uma ajuda muito relevante e crucial para os estados, em razão da crise fiscal enfrentada por muitos.
Segunda chance para repatriação
Sobre uma eventual nova rodada para repatriação de recursos, o ministro disse que a decisão caberá ao Congresso Nacional, mas sinalizou que para o governo a iniciativa seria bem-vinda.
Do ponto de vista da Fazenda, quanto mais arrecadar melhor. Não temos nada contra sobre um novo projeto, disse. Na medida que o primeiro foi um sucesso, isso pode encorajar outras pessoas que estavam com medo a aderir, completou.
Ajuste fiscal
Em sua palestra para empreendedores, Meirelles voltou a defender a aprovação da PEC e da reforma da Previdência como melhor o caminho para o reequilíbrio das contas públicas e reversão da trajetória insustentável das despesas e dívida pública.
“Restaurar equilíbrio macroeconomico é precondição para termos estabilidade de preços e uma trajetória de crescimento sustentável da economia, disse.
O ministro disse estar confiante na aprovação da PEC do teto de gastos também pelo Senado por uma margem de votos significativa. O governo tem que ter uma finalidade de contas equilibradas a longo prazo porque o céu não é o limite, num certo momento a sociedade não consegue mais pagar.
Sobre o envio da proposta de reforma da Previdência para o Congresso, Meirelles disse que o governo ainda está concluindo os estudos e que o texto será apresentado o mais rápido possível. Ele reconheceu, entretanto, que a discussão e a votação de regras que mudam a aposentadoria só deverá acontecer em 2017.
Fonte: G1