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Planos de previdência privada poderão investir no exterior

Em maio de 2016 entram em vigor novas regras para a aplicação dos recursos dos planos de previdência aberta, conhecidos como VGBLs e PGBLs. A partir de então os gestores desses planos poderão aplicar em novas classes de ativos, como investimentos no exterior, o que pode melhorar a rentabilidade das carteiras. “Incorporar novas classes de ativos pode melhorar o retorno dos planos no longo prazo, além de ser possível fazer uma combinação dos ativos para um melhor gerenciamento dos riscos dos investimentos”, diz Leonardo Mattedi, diretor financeiro da Brasilprev.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão do governo que formula políticas para o sistema financeiro, editou no dia 13 de novembro a resolução 4.444, que muda as regras para a aplicação dos recursos das entidades de previdência privada, seguradoras e resseguradoras. As novas regras entram em vigor em 180 dias, ou seja, em 11 de maio.

Entre os destaques da medida estão a possibilidade de investir até 10% do patrimônio em ativos no exterior, o aumento do percentual permitido para aplicação em renda variável (de 49% para 70%), a permissão para aplicação em ETFs (carteiras que replicam índices e têm cotas negociadas em bolsa) e em fundos imobiliários, além de Certificados de Operações Estruturadas (COE). Também traz incentivos para o investimento em infraestrutura, como o limite de 5% dos recursos.

Outro avanço da regra é a criação do participante qualificado, que terá limites ainda mais flexíveis para aplicar em algumas classes de ativos, como renda variável (até 100%). O conceito se assemelha ao do investidor qualificado, que é definido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como aquele com pelo menos R$ 1 milhão em investimentos. O conceito para previdência, porém, ainda será definido pelos órgãos reguladores do setor. Segundo Marcelo Wagner, superintendente de planejamento, riscos e investimento da Brasilprev, a questão do patrimônio deverá ser considerada, mas deve levar em conta também o perfil de risco e a fase da vida do participante do plano.

De olho no custo

Segundo Lauro Araújo, diretor da Las Consultoria, as mudanças terão maior impacto nos perfis moderado e agressivo dos planos de previdência, que têm maior exposição a renda variável e ativos de maior risco, e impacto praticamente nulo para os perfis conservadores, mais expostos a renda fixa. “Os gestores terão mais instrumentos para construir carteiras mais eficientes e diversificadas”, diz Araújo. Para ele, com maior flexibilidade nos investimentos, será ainda mais importante a seleção pelo investidor dos produtos e do gestor. “Gestores independentes e mais especialistas devem ganhar espaço.”

Fonte: Terra

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