Dólar cai ante real, após ata do Fed e atento a medidas fiscais
O dólar recua ante o real nesta quarta-feira (20), após a aprovação na véspera do texto-base de mais uma Medida Provisória que faz parte do ajuste fiscal pela Câmara dos Deputados e depois da divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve, que indica que dados não devem sancionar alta de juro dos EUA em junho.
Por volta das 16h20, a moeda norte-americana caía 1,21%, a R$ 3,0043 na venda. Veja a cotação.
A Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base da medida provisória 668, que eleva as alíquotas de PIS e Cofins para produtos importados. Outros destaques da MP devem ser analisados nesta quarta-feira. Somente após a análise da emendas, a matéria será encaminhada para apreciação do Senado Federal.
“Ainda parece haver apoio suficiente dos parlamentares, que combinado com o comprometimento sério da equipe econômica… assegura que o ajuste fiscal continue neste ano”, escreveu a estrategista-chefe para a América Latina do Jefferies, Siobhan Morden, em nota a clientes, segundo a Reuters.
Investidores têm recebido bem as medidas de reequilíbrio das contas públicas propostas pelo governo, em meio ao quadro de inflação elevada e contração econômica.
Os mercados também se concentraram na política monetária dos Estados Unidos. Muitas autoridades do Federal Reserve acreditavam, na reunião de abril, que seria prematuro aumentar a taxa de juros em junho e que o impulso para a inflação era ofuscado por um mercado de trabalho mais fraco e indicadores econômicos piores, mostrou a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Números mistos sobre a economia dos EUA têm levantado dúvidas sobre quando terá início o aperto monetário na maior economia do mundo, que pode atrair para lá recursos atualmente aplicados em outros mercados.
Mais cedo, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que uma alta de juros não seria apropriada até o início de 2016. A maioria de seus pares, no entanto, tem afirmado que o aperto monetário poderia ter início ainda neste ano.
“O mercado está muito incerto, então é provável que a ata gere alguma surpresa, seja para cima ou para baixo”, afirmou à Reuters o operador de uma corretora internacional, que pediu para não ser identificado.
O Banco Central deu continuidade nesta quarta à rolagem dos swaps cambiais que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos. Na véspera, o dólar subiu 0,75%, a R$ 3,0412 na venda, após ter subido 0,68% na véspera. Este é o valor mais alto das últimas cinco sessões.
Fonte: G1