Dólar comercial reverte sinal e tem queda de 0,24%, a R$ 2,4240 e bolsa sobe
SÃO PAULO – O cenário eleitoral ganha peso mais uma vez no mercado acionário brasileiro, com a expectativa em relação a uma nova pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada nessa sexta-feira à noite. Puxado pela Petrobras e por bancos, o Ibovespa, às 12h52, principal índice acionário da Bolsa local, subia 1,58%, aos 56.844 pontos. Já o dólar comercial tem queda de 0,24%, a R$ 2,4240.
Na avaliação de Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, os investidores estão ajustando as suas posições e tentando antecipar o resultado da nova pesquisa eleitoral. Em geral, quando há avanço dos candidatos de oposição, a Bolsa tende a subir, já que boa parte dos agentes do mercado financeiro acreditam que uma mudança de governo favoreceria a tomada de medidas que estimulem o crescimento da economia.
E depois de cair ontem por conta da possibilidade do Fundo Soberano do Brasil vender as ações do Banco do Brasil, o seteor bancário sobe forte hoje, e é um segmento que tem bastante influência no Ibovespa afirmou.
Os papéis do BB registram alta de 3,80%. Já o Itaú, ação com maior peso individual na composição do Ibovespa, tem alta de 3,04% e o Bradesco sobe 3,31%. As ações da Petrobras também registram forte alta. As preferenciais (sem direito a voto) da estatal têm alta de 4,38% e as ordinárias (sem direito a voto) avançam 4,09%, as maiores altas do pregão.
Para o analista, do ponto de vista gráfico, a tendência para a Bolsa ainda é de alta. Segundo ele, por diversas vezes a Bolsa caiu e quando ficou próxima aos 56 mil pontos, voltou a subir. O setor externo também colabora para o movimento de compras.
E ainda temos os dados do PIB nos Estados Unidos, a revisão veio dentro do esperado, de um crescimento de 4,6% no segundo trimestre, e isso é favorável para a Bolsa. No curto prazo não deve ter aumento dos juros americanos, o que é positivo para a evolução das bolsas em países emergentes explicou.
No exterior, a tendência é de alta. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 0,20%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, subiu 0,98%, e o FTSE 100, de Londres, fechou em alta de 0,13%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 0,35% e o Nasdaq, 0,30%.
CÂMBIO EM ALTA
O cenário externo passou a pesar menos e o dólar comercial passou a operar em terreno negativo. Se o cenário externo ajuda a Bolsa, o mesmo não ocorre no mercado de câmbio. Às 12h52, o dólar comercial opera em queda de 0,24% diante o real, cotado a R$ 2,4220 na compra e a R$ 2,4240 na venda – na máxima, chegou a R$ 2,4450. A reversão teve início ao final da manhã, após o Banco Central (BC) concluir a rolagem de 15 mil contratos de swap (que equivalem a uma venda de moeda) que vencem em outubro. Até a terça-feira, a rolagem era de apenas 6 mil contratos, mas a autoridade elevou para 15 mil na tentativa de frear a alta da cotação do dólar.
Na avaliação de Guilherme França Esquelbek, economista da Correparti Corretora de Câmbio, o dólar está em tendência de alta no exterior frente a maior parte das moedas fortes e das moedas de economias ligadas às commodities. Isso ocorre porque há o temor de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) antecipe as altas de juros nos Estados Unidos – a maior parte dos economistas acredita que isso deva ocorrer no segundo trimestre de 2015, além do cenário eleitoral. “As especulações sobre o cenário eleitoral seguem a todo vapor e hoje tem o resultado da pesquisa Datafolha, o que aumenta a volatilidade no mercado doméstico de câmbio”, afirmou, em relatório, explicando que a depender das repercussões sobre o PIB e sem novas intervenções do Banco Central, o dólar pode atingir R$ 2,45.
Fonte: O Globo