Dólar dispara perto de 2% com movimento especulativo
O mercado de câmbio doméstico vive nesta sexta-feira uma série de fatores que fazem o dólar se aproximar de R$ 2,40 e bater novas máximas desde março de 2009.O movimento especulativo gera um clima de instabilidade que contamina ainda os juros futuros.Segundo profissionais, o mercado está colocando no preço do dólar as dúvidas com relação à toda política econômica do governo, em meio a uma economia que patina, inflação elevada, política fiscal expansionista, piora no déficit em transações correntes e incertezas eleitorais. Tudo isso azeitado com as dúvidas em torno da estratégia de intervenção do Banco Central no câmbio.É claro que tem a questão externa, mas o mercado está claramente peitando o governo por causa dos fatores domésticos, diz um analista de câmbio de uma gestora.Às 16h01, o dólar comercial saltava 1,88%, para R$ 2,383. Durante os negócios a moeda foi a R$ 2,397 (+2,48%), maior patamar intradia desde 6 de março de 2009, quando bateu R$ 2,4000.No mercado futuro, o dólar para setembro subia 1,70%, a R$ 2,390, após alcançar R$ 2,404 na máxima.Lá fora, as moedas emergentes tinham fortes perdas, na esteira da forte alta dos rendimentos dos títulos americanos (Treasuries), em meio a um crescente temor de que o Federal Reserve comece a reduzir seus estímulos monetários no próximo mês.O juro do Treasury de dez anos saltava a 2,829%, perto das máximas em dois anos. O peso mexicano recuava 0,74%, para 12,9166 por dólar, enquanto o rande sul-africano cedia 0,71%, para 10,0636 por dólar.
Fonte: Valor