4ª feira decisiva: STF define futuro de Temer
Marcada para quarta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre se suspende ou não a abertura de inquérito contra Michel Temer será importante para definir o destino do presidente da República e do governo. Isso porque os partidos aliados, sobretudo PSDB e DEM, também aguardarão os sinais do STF para, em reunião de suas Executivas, decidir se continuam apoiando ou se abandonam a base de sustentação política de Temer.
Na contagem de votos a Procuradoria Geral da República (PGR) identificava pelo menos quatro dos onze ministros do STF como favoráveis à suspensão do inquérito. Seriam eles Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e José Antonio Dias Toffoli.
Ontem à noite, o presidente Michel Temer reuniu-se com cúpula do PSDB e DEM, principais fiadores da governabilidade nos próximos dias. Antes ele já havia conversado com Fernando Henrique Cardoso.
Encurralado pela delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F, o presidente opera com duas linhas de ação. Primeiro, convencer os aliados de que é preciso manter as votações e avançar nas reformas. E, em segundo lugar, lembrar que ali todos têm “telhado de vidro” e estão sob investigação da Lava-Jato. Se Temer, no comando do Executivo, pode ser abatido, todos são vulneráveis.
O governo aposta também no temor da volta da incerteza e da instabilidade política e econômica. “Ruim com Temer, pior sem ele”, afirmou um aliado. “O governo Temer tem um foco, uma agenda de reformas que o país precisava há muitos anos, abandoná-las agora é um atraso”, comentou um auxiliar do presidente.
Hoje o governo vai enviar ao Congresso o relatório de avaliação fiscal relativo ao segundo bimestre. Daí poderá surgir uma notícia favorável. Ontem à noite os técnicos do governo fechavam as contas e havia grande possibilidade de reduzir o contingenciamento do orçamento, definido em R$ 42,1 bilhões no fim de março.
O dinheiro que será liberado para gastar não é substancial. O descontingenciamento será bem inferior a R$ 10 bilhões, mas ainda assim trata-se de uma medida que ajuda o governo junto aos aliados em momento de grande aflição.
Fonte: Valor